Sobre a Couto-Kai




A Organização de Karatê-Do Couto-kai, visa ajudar nossas crianças carentes através do Esporte, ou seja, tirando as crianças das ruas doando aulas gratuitas, não só crianças mas pessoas de todas as idades interessadas em aprender esta maravilhosa arte milenar, o Karatê-do
(Caminho das mãos vazias). Venha fazer parte de nosso projeto, saiba como e onde treinar aqui.


Equipe de Administração

Administração da ORGANIZAÇÃO DE KARATÊ-DO COUTO-KAI


Nome: Edmar Couto

Idade: 49 anos

Graduação: Faixa Preta (3° DAN)

Cargo: Sensei (Professor) e Presidente da Couto-Kai







Nome: Maurício Gonçalves

Idade: 20 anos

Graduação: Faixa Marrom (1° Kyu)

Cargo: Diretor Administrativo e Web Designer

Contato: FacebookTwitter




Nome: Italo Couto

Idade: 18 anos

Graduação: Faixa Marrom (1° Kyu)

Cargo: Administração

Contato: Facebook




Nome: Johnny Nunes

Idade: 19 anos

Graduação: Faixa Laranja (4° Kyu)

Cargo: Administração

Contato: Facebook


Nome: Carlos Ribeiro

Idade: 34 anos

Graduação: Faixa Laranja (4° Kyu)

Cargo: Administração

Contato: Facebook

Couto-Kai faz Apresentação de Karate na Vila Rosina

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Dojo Kun e Niju Kun

Dojo Kun

Dojo kun (道场 训 Dōjō kun) é o conjunto de regras a ser seguido pelos praticantes de caratê. É inspirado no Bushido. Diz-se que foi compilado forma atual por Kanga Sakukawa aproximadamente em 1750 e seriam obra original do monge budista Bodhidharma, ainda na Índia, antigamente eram mais de 20 regras, mas um sensei conseguiu resumir apenas em cinco, para os ocidentais também as poderem aprender.
São normalmente recitados no começo e no fim das aulas de caratê no dojo (local de treinamento). Sendo que o escopo é reforçar na mente dos praticantes a ideia de que a arte marcial é antes de tudo um instrumento de aperfeiçoamento pessoal, um modelo (de perseverança e temperança) que se deve levar para a vida cotidiana. Estes preceitos representam os ideais filosóficos do caratê e são atribuídos a um grande mestre da arte do século XVIII, chamado Tode Sakugawa.

  • 一、人格完成に努むること
HITOTSU! JINKAKU KANSEI NI TSUTOMURU KOTO!
Primeiro, Esforçar-se para a formação do caráter!
Significa que quem o recita deseja formar uma personalidade de valor
  • 一、誠の道を守ること
HITOTSU! MAKOTO NO MICHI O MAMORU KOTO!
Primeiro, Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão!
Significa que quem recita tem é em si mesmo e valoriza a honestidade
  • 一、努力の精神を養うこと
HITOTSU! DORYOKU NO SEISHIN O YASHINAU KOTO!
Primeiro, Criar o intuito do esforço!
Significa que quem o recita tem a intenção de se esforçar cada vez mais pelos seus objetivos
  • 一、礼儀を重んずること
HITOTSU! REIGI O OMONZURU KOTO!
Primeiro, Respeito acima de tudo!
Significa que quem o recita valoriza os bons costumes e obedece seus superiores e as autoridades
  • 一、血気の勇を戒むること
HITOTSU! KEKKI NO YU O IMASHIMURU KOTO!
Primeiro, Conter o espírito de agressão!
Significa que quem o recita condena a violência motivada pelo ímpeto
Em japonês, o Dojo Kun sempre começa com a palavra Hitotsu (primeiro), pois, para o pai do caratê, todos os preceitos são importantes e devem ser exercidos igualmente.



Niju Kun

Niju kun (二十 训) são os vinte preceitos compilados pelo sensei Gichin Funakoshi.

Os mestres do caratê sempre derem muito relevo ao comportamento de um carateca, haja vista que suas habilidades trariam também grande responsabilidade pelo uso das mesmas. O mestre Funakoshi, também preocupado com esse aspecto, a exemplo de outras grandes mestres, compôs um código ético próprio.


一、空手は礼に初まり礼に終ることを忘るな 。
karate wa rei ni hajimari rei ni owaru koto o wasuru na
1. Não se esqueça que o caratê deve iniciar com saudação e terminar com saudação.
二、空手に先手無し 。
karate ni sente nashi
2. No caratê não existe atitude ofensiva.
三、空手は義の補け。
karate wa gi no tasuke
3. O caratê é um apoio da justiça.
四、先づ自己を知れ而して他を知れ。
mazu jiko o shire shikoshite hoka o shire
4. Conheça a si próprio antes de julgar os outros.
五、技術より心術。
gijutsu yori shinjutsu
5. O espírito é mais importante do que a técnica.
六、心は放たん事を要す。
kokoro wa hanatan koto o yōsu
6. Evitar o descontrole do equilíbrio mental.
七、禍は懈怠に生ず。
wazawai wa ketai ni shōzu
7. Os infortúnios são causados pela negligência.
八、道場のみの空手と思うな。
dōjō nomi no karate to omou na
8. O caratê não se limita apenas à academia.
九、空手の修行は一生である。
karate no shūgyō wa isshō dearu
9. O aprendizado do caratê deve ser perseguido durante toda a vida.
十、凡ゆるものを空手化せ其処に妙味あり。
arayuru mono o karate kase soko ni myōmi ari
10. O caratê dará frutos quando associado à vida cotidiana.
十一、空手は湯の如く絶えず熱を与えざれば元の水に返る。
karate wa yu no gotoku taezu netsu o ataezareba moto no mizu ni kaeru
11. O carate é como água quente. Se não receber calor constantemente, esfria.
十二、勝つ考えは持つな、負けぬ考えは必要。
katsu kangae wa motsu na, makenu kangae wa hitsuyō
12. Não pense em vencer, pense em não ser vencido.
十三、敵に因って転化せよ。
teki ni yotte tenka seyo
13. Mude de atitude conforme o adversário.
十四、戦は虚実の操縦如何にあり。
ikusa wa kyojitsu no sōjū ikan ni ari
14. A luta depende de como se usam os pontos fracos e fortes.
十五、人の手足を劔と思え。
hito no teashi o ken to omoe
15. Imagine que os membros de seus adversários são como espadas.
十六、男子門を出づれば百万の敵あり。
danshi mon o izureba hyakuman no teki ari
16. Para cada homem que sai do seu portão, existem milhões de adversários.
十七、構えは初心者に、あとは自然体。
kamae wa shoshinsha ni, ato wa shizentai
17. No início, os movimentos são artificiais, mas com a evolução tornam-se naturais.
十八、型は正しく、実戦は別もの。
kata wa tadashiku, jissen wa betsu mono
18. O treino das técnicas deve ser de acordo com o movimento correto, pero na aplicação torna-se diferente.
十九、力の強弱、体の伸縮、技の緩急を忘るな。
chikara no kyōjaku, karada no shinshuku, waza no kankyū o wasuru na
19. Não se esqueça de aplicar corretamente: (1) alta e baixa intensidade de força; (2) expansão e contração corporal; (3) técnicas lentas e rápidas.
二十、常に思念工夫せよ。
tsune ni shinen kufū seyo
20. Estudar, praticar e aperfeiçoar-se sempre.

Técnicas do Karate Shotokan

Veja alguns ataques e defesas do Karate Shotokan:
(Clique nas imagens para ampliar)


 




Kihon

Sendo um descendente do shorin-ryu, o estilo adoptou o sistema de kihon criado por Anko Itosu, pelo qual se ensinam as técnicas básicas, os fundamentos técnicos antes de treinar kata ou kumite. Mestre Funakoshi dava ênfase no treinos com kata, mas reconhecia que o praticante devia executar antes os movimentos básicos, para facilitar o aprendizado profundo do caratê, compilados num chute, soco ou projeção.[9]

[editar]Kata

Logo no início de suas atividades como instrutuor de caratê, quando procurava de vários modos divulgar sua arte marcial, o mestre Funakoshi manteve contacto com outros expertos, notadamente o mestre Kenwa Mabuni, por quem a série Heian (à época Pinan) foi introduzida na escola. No princípio, enonces, no estilo Shotokan ensinava-se um currículo de quinze katas: Heian shodan, Heian nidan, Heian sandan, Heian yondan, Heian godan, Tekki shodan, Tekii nidan, Tekki sandan, Bassai dai, Kanku dai, Enpi, Gankaku, Jitte, Jion, Hangetsu. Por fim, depois das medidas adoptadas por Yoshitaka Funakoshi, o qual criou a série Taikyoku (com três kata)[b], o estilo passou contar trinta kata.[10][11]
A entidade SKIF, do mestre Kanazawa, entre os períodos final do século XX e inicial do século XXI incorporou outros katas, a saber,NijuhachihoGankaku shoSeipai e Seienchin.[12] Da mesma forma, o mestre Asai, sem romper com a herança do mestre Funakoshi nem chamar sua escola de estilo diverso, incorporou a prática de outos katas.
  1. Ten no kata
  2. Taikyoku shodan
  3. Taikyoku nidan
  4. Taikyoku sandan
  5. Heian shodan
  6. Heian nidan
  7. Heian sandan
  8. Heian yondan
  9. Heian godan
  10. Tekki shodan
  11. Tekki nidan
  12. Tekki sandan
  13. Bassai dai
  14. Jion
  15. Enpi
  16. Jitte
  17. Hangetsu
  18. Kanku dai
  19. Gankaku
  20. Nijushiho
  21. Jiin
  22. Bassai sho
  23. Kanku sho
  24. Chinte
  25. Wankan
  26. Sochin
  27. Meikyo
  28. Gojushiho sho
  29. Gojushiho dai
  30. Unsu

Kumite

Originalmente, o treino com lutas não fazia parte do aprendizado do caratê, pois os mestres tradicionais sempre consideram os golpes como potencialmente letais. Contudo, com advento do caratê moderno, o kumite foi de forma paulatina sendo incorporado aos treinamentos, como meio de dar aplicação prática das técnicas estudadas diante de um adversário real. Seu objetivo é demonstrar a efetividade tanto das técnicas de ataque como de defesa.Ver artigo principal: Kumite

Os pontos importantes a se observar no trabalho do Kumite são: distância, velocidade, reação, antecipação, controle e correta aplicação de ataque e defesa. Os quais permitem desenvolver a tática e a estratégia.

Gichin Funakoshi

Gishin Funakoshi (船越 義珍 Funakoshi Gishin?) foi um mestre de Okinawa-te, nascido em Oquinaua no ano de 1868. Foi o principal divulgador da arte marcial pelo arquipélago japonês. Deixou como legado, além do caratê mundialmente conhecido, dois estilos, Shotokan e Shotokai. Seu falecimento deu-se m 1957, evento depois do qual, apesar dos grandes esforços despendidos, marcou ainda mais a fragmentação de sua arte marcial.[1]


Primeiros anos

Gichin Funakoshi nasceu no atual distrito de Shuri, da prinvíncia de Oquinaua, em 1868, o mesmo ano da Restauração Meiji, quando o Reino de Ryukyu foi finalmente incorporado ao Império nipónico. Contra a manobra japonesa insurgiu-se formalmente a China, mas o processo se consolidou.
Naquele conturbado ambiente político, crescia Funakoshi, que era filho único e logo após seu nascimento foi levado para a casa dos avós maternos, onde foi educado e aprendeu poesia clássica chinesa. Algum tempo depois ele começou a frequentar a escola primária, onde conheceu outro garoto de quem ficou muito amigo. Esse garoto era filho de Yasutsune Asato, um dois maiores especialistas de Oquinaua na arte do caratê (à época ainda conhecido por tode ou Okinawa-te) e membro de uma das mais respeitadas famílias. Logo, Funakoshi começou a tomar suas primeiras lições.
Como na época ainda, a prática de artes marciais do vetusto reino não eram muito bem vistas na região, os treinos eram realizados à noite, no quintal da casa de mestre Asato, onde se aprendia a socar, chutar e mover-se conforme os métodos praticados naqueles dias. O treinamento era muito rigoroso. O Mestre Asato tinha uma filosofia de treinamento que se chamava hito kata san nen, ou seja, «um kata em três anos». Funakoshi estudava cada kata a fundo e, só então quando autorizado pelo seu mestre, seguia para o próximo...
Enquanto praticava no quintal de Asato com outros jovens, outro reconhecido mestre de caratê, Anko Itosu, amigo de Asato, aparecia e os observava treinando os kata, quando aproveitava para fazercomentários sobre suas técnicas. Era uma rotina dura que terminava sempre de madrugada sob a disciplina rígida de mestre Asato, do qual o melhor elogio se limitava a uma única palavra: "Bom!". Após os treinos, já quase ao amanhecer, Asato falava sobre a essência do caratê.[2]
Após vários anos, os treinos dedicados deram grande contribuição para a saúde de Funakoshi, que fora uma criança muito frágil e doentia. Ele gostava muito da rotina de treinamento, mas como não pensava que pudesse fazer dele uma profissão, inscreveu-se e foi aceito como professor de uma escola primária em 1888, aos 21 anos, aproveitando toda a cultura adquirida desde a infância quando seus avós lhe ensinavam os Clássicos Chineses. Esta deveria ser sua carreira a partir de então.

[editar]Primeiras divulgações abertas do caratê

Em 1902, durante a visita de Shintaro Ogawa, que era então inspetor escolar da prefeitura de Kagoshima, à escola de Funakoshi em Oquinaua, foi feita uma demonstração de te. Funakoshi impressionou bastante devido ao seu status de educador, ficando Ogawa tão entusiasmado que súbito escreveu um relatório ao Ministério da Educação elogiando as virtudes da arte. Foi então que o treinamento de caratê passou a ser oficialmente autorizado nas escolas.
Até então a arte marcial só era praticado atrás de portas fechadas, o que no entanto não significava que fosse um "segredo", porém havia certos mestres que procuravam manter seu conhecimento velado e dentro principalmentes de suas famílias e/ou dentro de um seleto e miúdo grupo.
Ou seja, posto que não fosse um segredo a existência do caratê, mestres existiam que relutavam em ensinar ao público em geral e outros que procuravam impedir que outros mestres o fizessem. Por outro lado, as casas eram tipicamente muito próximas umas das outras, e tudo que era feito numa casa era conhecido pelas casas adjacentes. Enquanto muitos autores pregam o caratê como sendo um segredo àquela época, não era exatamente isso o que se encontrava na prática. O caratê era "oficiosamente" secreto...
Contra os pedidos de muitos dos mestres mais antigo, que não eram a favor da divulgação da arte, Funakoshi, com o apoio de outros renomados mestres, como Kenwa MabuniHironori OtsukaTakeshi ShimodaChoki Motobu e outros, levou a disciplina até o sistema público de ensino, mas principalmente com a ajuda de seu mestre Itosu. Logo, as crianças de Oquinaua estavam aprendendo os katacomo parte das aulas de educação física. E, nesse meio-tempo, a redescoberta da herança étnica em Oquinaua entrou em voga, e as aulas de caratê passaram ser bastante apreciadas.
Alguns anos depois, o Almirante Rokuro Yashiro assistiu a uma demonstração de kata. Essa demonstração foi feita por Funakoshi junto com uma equipe composta por seus melhores alunos. Enquanto ele narrava, os outros executavam kata, quebravam telhas, e geralmente chegavam ao limite de seus pequenos corpos. Yashiro ficou tão impressionado que ordenou a seus homens que iniciassem o aprendizado na arte.
Funakoshi sempre enfatizava o desenvolvimento do caráter e a disciplina nas suas narrações durante essas demonstrações. Quando participava das exibições, gostava de executar o kata kanku dai, o maior de seu estilo, e talvez o mais representativo.
Em 1912, a Primeira Esquadra Imperial da Marinha ancorou na Baía de Chujo, sob o comando do Almirante Dewa, que selecionou doze homens da sua tripulação para estudarem caratê durante uma semana.
Foi graças a esses dois oficiais da Marinha que o caratê começou a ser comentado em Tóquio. Os japoneses que viam essas demonstrações levavam as estórias consigo quando voltavam ao Japão. Pela primeira vez na sua história, o Japão acharia algo na sua pequena possessão de Oquinaua além de praias bonitas e o ar puro.

[editar]Divulgação do no Japão

Em 1921, o então Príncipe Herdeiro Hirohito, em viagem para Europa, fez escala na terra do caratê e assistiu a uma demonstração, liderada por Funakoshi, ficando muito impressionado. Por causa disso, no fim desse mesmo ano, Funakoshi foi convidado para fazer uma outras demonstração mas em Tóquio, numa Exibição Atlética Nacional. O convite foi de pronto aceito, acreditando ser esta uma ótima oportunidade para divulgar sua arte.
A nova demonstração de kata foi um sucesso, o que culminou com o aparecimentos de muitos outros convites de demonstração e ensino regular do caratê. Funakoshi pretendia retornar logo para sua terra, mas no decorrer dos acontecimentos foi ficando na ilha principal do Japão.
Uma das pessoas que pediu para que ele ficasse foi Jigoro Kano, o criador do judô e presidente do Instituto Kodokan, de quem se tornaria muito amigo. Funakoshi resolveu ficar mais alguns dias para fazer demonstrações de suas técnicas no próprio Kodokan.
Algum tempo depois, quando se preparava novamente para retornar à sua casa, foi visitado pelo pintor Hoan Kosugi, que já tinha assistido a uma demonstração de caratê em Oquinaua, pedindo-lhe que ensinasse a arte. Mais uma vez sua volta foi adiada.
Funakoshi percebeu então que se ele quisesse ver o caratê propagado por todo o Japão ele mesmo teria que fazê-lo. Por isso resolveu ficar em Tokyo até que sua missão fosse cumprida.
No Japão, Funakoshi foi ajudado por Jigoro Kano, o homem que reuniu vários estilos diferentes de Jujutsu para fundar o Judo. Kano tornou-se amigo íntimo de Funakoshi, e sem sua ajuda nunca teria havido caratê no Japão. Kano o introduziu às pessoas certas, levou-o às festas certas, caminhou com ele através dos círculos sociais da elite japonesa. Mais tarde naquele ano, as classes mais altas dos japoneses se convenceram do valor do treinamento do caratê.
Funakoshi fundou um dojô de caratê num dormitório para estudantes de Oquinaua, em Meisei Juku. Ele trabalhou como jardineiro, zelador e faxineiro para poder se alimentar enquanto ensinava caratê à noite.
Em 1922, a pedido do pintor Hoan Kosugi, Funakoshi publicou seu primeiro livro, Ryukyu kenpo karate, um tratado nos propósitos e prática do Karate. Na introdução daquele livro ele já dizia que "...a pena e a espada são inseparáveis como duas rodas de uma carroça". O grande terremoto de Kanto em 1º de setembro de 1923 destruiu as placas de seu livro, e levou alguns de seus alunos com ele. Ninguém morreu com o tremor, os incêndios que provocaram as mortes. O terremoto ocorreu durante a hora do almoço, no momento em que cada fogão a gás no Japão estava ligado. Os incêndios que ocorreram a seguir eram monstruosos, e maioria da vidas perdidas se deveu ao fogo. Este livro teve grande popularidade e foi revisado e reeditado quatro anos após o seu lançamento, com o título alterado para Rentan goshin karate jutsu'.[3]
Em 1925, Funakoshi começou a pegar alunos dos vários colégios e universidades na área Metropolitana de Tóquio e nos anos seguintes esses alunos começaram a fundar seus próprios clubes e a ensinar caratê a estudantes destas escolas. Como resultado, o caratê começou a se espalhar desde o centro do império. No início da década de 1930, já havia clubes de caratê em cada universidade de prestígio de Tóquio. Mas por que estava Funakoshi conseguindo tantos jovens interessados em caratê desta vez? O Japão estava fazendo uma Guerra de Colonização na Bacia do Pacífico. Eles invadiram e conquistaram a Coréia, Manchúria, China, Vietnã, Polinésia, e outras áreas. Jovens a ponto de irem para a guerra vinham a Funakoshi para aprender a lutar, assim eles poderiam sobreviver ao recrutamento nas Forças Armadas Japonesas. O seu número de alunos aumentou bastante.
Por volta de 1933, Funakoshi desenvolveu exercícios básicos para prática das técnicas em duplas. Tanto o ataque de cinco passos (Gohon Kumite) como o de um (Ippon Kumite) foram usados. Em 1934, um método de praticar esses ataques e defesas com colegas de um modo levemente mais irrestrito, semi-livre (Ju Ippon Kumite), foi adicionado ao treinamento. Finalmente, em 1935, um estudo de métodos de luta livre (Ju Kumite) com oponentes finalmente tinha começado. Até então, todo carate treinado em Oquinaua era composto basicamente de kata. Isso era tudo. Agora, os alunos poderiam experimentar as técnicas dos kata uns com os outros sem causar danos sérios.
Neste mesmo ano de 1935, foi publicado seu próximo livro, Karate-do kyohan. Este livro trata basicamente dos kata.

[editar]Uma reforma no caratê

Funakoshi era Taoísta, e ele ensinava Clássicos Chineses, como o Tao Te Ching de Lao Tzu, enquanto ele estava vivendo em Oquinaua. Era profundamente religioso e tinha muito receio de que o caratê se tornasse um instrumento de destruição, e provavelmente queria eliminar do treinamento algumas aplicações mortais dos kata. Então, ele parou de fazer essas aplicações. Ele também começou a desenvolver estilos de luta que fossem menos perigosos. Funakoshi teve sucesso ao remover do caratê técnicas de quebras de juntas, de ossos, dedos nos olhos, chaves de cotovelo, esmagamento de testículos, criando um novo mundo de desafios e luta em equipe onde somente umas poucas técnicas seriam legais. Ele fez isso baseado nos seus propósitos e com total conhecimento dos resultados.
A partir de 1936, Funakoshi passou a usar mais ostensivamente a mudança (empregada por Anko Itosu) dos caracteres kanjiutilizados para escrever a palavra caratê: os kanji «唐» e «空» possuem sons assemelhados, ou «to», porém o último também pode ser dito «kara»; enquanto o primeiro significava «China», com o outro essa relação ficou mais distante, passando a ser entendido como seu sentido primário, ou «vazio»; de "mãos chinesas" o karate passou a significar "mãos vazias", e como os dois caracteres são lidos exatamente do mesmo jeito, então a pronúncia da palavra continuou a mesma.
Além disso, Funakoshi defendia que o termo "mãos vazias" seria o mais apropriado, pois representa não só o fato de o caratê ser um método de defesa sem armas, mas também representa o espírito do caratê, que é esvaziar o corpo de todos os desejos e vaidades terrenos. Com essa mudança, Funakoshi iniciou um trabalho de revisão e simplificação, que também passou pelos nomes dos kata, pois ele também acreditava que os japoneses não dariam muita atenção por qualquer coisa que tivesse a ver com o dialeto de Oquinaua. Por isso ele resolveu mudar não só nome da arte mas também os nomes dos katas. Ele estava certo, e seus número cresceram mais ainda.
Funakoshi tinha 71 anos em 1939, e foi quando ele deu o primeiro passo dentro de um dojô de caratê em 29 de janeiro. O prédio foi feito de doações particulares, e uma placa foi pendurada sobre a entrada e dizia: "Shotokan". "Sho" significa pinheiro. "To" significa ondas ou o som que as árvores fazem quando o vento bate nelas. "Kan" significa edificação ou salão. "Shoto" era o pseudônimo que Funakoshi usava para assinar suas caligrafias quando jovem, pois quando ele ia escrevê-las se recolhia em um lugar mais afastado, onde pudesse buscar inspiração, ouvindo apenas o barulho do pinheiros ondulando ao vento. Esse nome dado ao Shotokan Karate Dojo foi uma homenagem de seus alunos.

[editar]As Guerras

Com a eminência de uma guerra pairando no ar, a necessidade de treinamento nas artes militares estava em crescimento. Jovens estavam se amontoando nos dojôs, vindos de todas as partes do Japão. O carate foi de carona nessa onda de militarismo e estava desfrutando de uma aceitação acelerada como resultado. O nacionalismo exacerbado fazia com que muitos quisessem mostrar que o Japão tinha uma modalidade de boxe mais simples, natural e eficiente que o boxe chinês.
Enquanto já se desenrolava a Segunda Guerra Sino-Japonesa, em 7 de dezembro de 1941, o Japão despeja um bombardeio sobre as forças navais americanas em Pearl Harbor, numa tentativa de prevenir que as embarcações americanas bloqueassem a importação japonesa de matéria-prima; os japoneses tentaram remover a frota americana e varrer a influência ocidental do próprio Oceano Pacífico. O plano era bombardear os navios de guerra e os porta-aviões que estavam no território do Hawaii. Isto deixaria a força da América no Pacífico tão fraca que a nação iria pedir a paz para prevenir a invasão do Havaí e do Alasca. Infelizmente, o pequeno Japão não tinha os recursos, força humana, ou a capacidade industrial dos Estados Unidos. Com uma mão nas costas, os americanos destruíram completamente os japoneses na Ásia e no Pacífico.
Uma das vítimas dos ataques aéreos foi o Shotokan Karate Dojo que havia sido construído em 1939. Com a América exercendo pressão sobre Oquinaua, a esposa de Funakoshi finalmente iria deixar a ilha e juntar-se a ele em Kyushu no Sul do Japão. Eles ficaram lá até 1947.
Os americanos destruíram tudo que estava em seu caminho. As ilhas foram bombardeadas do ar, todas as cidades queimadas até o fim, as colinas crivadas de balas pelos cruzadores de guerra de longe da costa, e então as tropas varreram através da ilha, cercando todo mundo que estivesse vivo. A era dourada do caratê em Oquinaua tinha acabado. Todas as artes militares haviam sido banidas rapidamente pelas forças americanas.
Primeiro uma, depois outra bomba atômica explodiram sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki. Três dias depois, bombardeiros americanos sobrevoaram Tóquio em tal quantidade que chegaram a cobrir o Sol: a cidade foi bombardeada com dispositivos incendiários. Descobrindo que o governo do Japão estava a ponto de cometer um suicídio virtual sobre a imagem do Imperador, cartas secretas foram passadas para os japoneses garantindo sua segurança se eles assinassem sua "rendição incondicional". O Japão estava acabado, a Guerra do Pacífico também, mas o pesadelo de Funakoshi ainda havia de acabar.

[editar]A morte de Yoshitaka

Foi então que Gigo, também conhecido como Yoshitaka, dependendo como se pronuncia os caracteres de seu nome, filho de Funakoshi, um jovem e promissor mestre de caratê no seu próprio direito, aquele que Funakoshi estava contando para substituí-lo como instrutor do Shotokan, pegou tuberculose em 1945 e veio a falecer enquanto teimosamente recusa-se a comer a ração americana dada ao povo faminto.[3]
Funakoshi e sua esposa tentaram viver em Kyushu, uma área predominantemente rural, sob a ocupação americana no Japão mas, em 1947, ela morre, deixando Funakoshi retornar a Tóqui, para reencontrar seus alunos de caratê que ainda viviam. Depois que a guerra havia acabado, as artes militares haviam sido completamente banidas. Entretanto, alguns dos alunos de Funakoshi tiveram sucesso em convencer as autoridades que o caratê era um esporte inofensivo. As autoridades americanas concederam, mais por causa que naquela época eles não tinham idéia do que caratê fosse. Além disso, alguns homens estavam interessados em aprender as artes militares secretas do Japão, então as proibições foram eliminadas completamente em 1948.
Em maio de 1949, os alunos de Funakoshi movem-se para organizar todos os clubes de caratê universitários e privados numa simples organização, e eles a chamaram de Nihon Karate Kyokai (Associação japonesa de caratê). Eles nomearam Funakoshi seu instrutor chefe. Em 1955, um dos alunos de Funakoshi consegue arranjar um dojô para a entidade.

[editar]Uma lição para o mundo

Em 1957, Funakoshi tinha 89 anos de idade. Ele foi um professor de escola primária e um professor de caratê. Ele se mudou para o Japão em 1922 (o que não é um pequeno ato de coragem) e trouxe consigo o caratê, dando ao Japão algo de Oquinaua com seu próprio jeito pacifista. No processo, ele perdeu um filho, sua esposa, o prédio que seus alunos fizeram para ele, seu lar, e qualquer esperança de uma vida pacífica. Ele suportou duas grandes guerras que resultou em calamidade nacional, e ele treinou seus jovens amigos e conheceu suas famílias apenas para vê-los irem lutar e serem mortos pelas forças invencíveis dos Estados Unidos. Ele viu o Japão queimar, ele viu os antigos templos e santuários serem totalmente aniquilados, ele viu bombardeiros enegrecerem o Sol, e ele viu como um pilar de fumaça negra subia de cada cidade no Japão e envenenava o ar que ele respirava. Ele viu o Japão cair da glória para uma nação miserável, dependendo de suprimentos de comida e roupas dos seus conquistadores. O cheiro da fumaça e o cheiro dos mortos, os berros daqueles que foram deixados para morrer lentamente, o choro das mães que perderam seus filhos e esposas que nunca mais iriam ver seus maridos, o medo, o ruído ensurdecedor dos B-29's voando sobre sua cabeça aos milhares, os clarões como os de trovões por todo o país quando as bombas explodiam em áreas residenciais, os flashes de luz na escuridão, a espera no rádio para poder ouvir a voz do Imperador pela primeira vez, somente para anunciar a rendição, a humilhação de implorar comida aos soldados. Intermináveis funerais, famílias arruinadas e lares destruídos...
A lição mais importante que ele nos ensinou está expressa na história do modo que ele passou pelo dojô principal de Jigoro Kano. Caminhando pela rua, ele parou e fez uma pequena prece quando passou pelo Kodokan. E, se estivesse dirigindo um carro, ele tiraria seu chapéu quando passasse pelo Kodokan. Seus alunos não entenderam porque ele estaria rezando pelo sucesso do Judo. Ele explicou: "Eu não estou rezando pelo Judo. Eu estou oferecendo uma prece em respeito ao espírito de Jigoro Kano. Sem ele, eu não estaria aqui hoje".
Gichin Funakoshi, o "Pai do Caratê Moderno", faleceu no dia 26 de abril de 1957. No seu túmulo está gravada sua célebre frase:Karate ni sente nashi. O monumento está localizado no Templo Engakuji na cidade de Kamakura, Japão.

[editar]Contribuições

O mestre Funakoshi acreditava que o caratê seria uma arte marcial única, cuja linhagem poderia ser restreada conforme sua evolução ocorreu. Assim, ele enxergava as variações de estilo como variações da forma de ensinar a arte marcial. Este era um pensamento que era comungado por outros mestres, que relutavam em reconhecer um estilo próprio, como o mestre Kenwa Mabuni.
Ele planeou o seu sistema da caratê para refletir suas ideias, isto é, o caratê deveria formar o praticante de forma completa, como atleta, como pessoa e como cidadão. Por consguinte, ao nome do caratê foi adicionada a partícula — dô —, significando caminho.

Funakoshi travou intensa troca de conhecimentos com vários mestres (de várias escolas, estilos e artes marciais), com os quais buscou reunir-se. Da amizade com Jigoro Kano resultou a ampla divulgação do tode por todo o Japão. Com Funakoshi, e no fito de difundir sua arte marcial, consolidou-se a alteração do nome de tode/okinawa-te para karate/karatedo, que ajudou a romper limites e superar preconceitos.
O mestre também alterou os nomes tradicionais (em chinês ou oquinauense) de vários katas, para nomes japoneses. Dessarte, Kushanku tornou-se Kanku; Wanshu, Enpi; Rohai, Meikyo... Os kihons também passaram a ter nomes padronizados em japonês

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gichin_Funakoshi
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